Irão anuncia regresso de mais 55 cidadãos deportados pelos EUA a Teerão nos próximos dias
O Irão anunciou hoje que 55 dos seus cidadãos deportados pelos Estados Unidos chegarão a Teerão nos próximos dias, após a decisão norte-americana de reexaminar as autorizações de residência emitidas a cidadãos de 19 países "considerados preocupantes".
"Nos próximos dias, cerca de 55 cidadãos regressarão ao Irão. Este é o segundo grupo que regressa ao Irão nos últimos meses", afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Ismail Baghaei, na sua conferência de imprensa semanal.
O diplomata disse que estas deportações "se baseiam em motivos políticos e em políticas anti-imigração que vão contra o direito internacional".
Em setembro, funcionários iranianos indicaram que os Estados Unidos tinham identificado cerca de 400 iranianos para serem deportados e que um primeiro voo com 120 pessoas se dirigia a Teerão via Catar.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros indicou então que as autoridades americanas pediram aos cidadãos iranianos que abandonassem o seu território, "embora alguns deles residissem naquele país há várias décadas", e denunciou que o "comportamento do governo americano em relação a esses cidadãos foi desumano e discriminatório".
Hoje, Ismail Baghaei também criticou os EUA por não concederem vistos a toda a delegação iraniana para participar no sorteio do Mundial de futebol, realizado na sexta-feira em Washington, pelo que o presidente da Federação do Irão, Mahdi Taj, não pôde assistir ao evento.
De acordo com a Federação Iraniana de Futebol, dos nove vistos solicitados, apenas quatro foram aprovados, entre eles o do técnico Amir Ghalenoei.
"Manifestámos o nosso protesto contra a decisão dos Estados Unidos de não conceder vistos à nossa delegação que iria ao sorteio da Copa do Mundo", declarou Baghaei.
Nas últimas quatro décadas, os Estados Unidos mantiveram restrições rigorosas à concessão de vistos a cidadãos iranianos, restrições que se tornaram mais severas após as ordens executivas emitidas nos últimos anos, especialmente com o presidente Donald Trump na Casa Branca.
Organizações de direitos humanos e especialistas em migração criticaram essas medidas por afetarem principalmente estudantes, investigadores e famílias divididas pela situação política.